quinta-feira, 31 de maio de 2012

4. Os loucos

Ponto riscado do Caboclo das Sete Encruzilhadas
     Muitos loucos visitavam a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade a procura da cura. Por causa dos acertos cometidos, os médicos dos sanatórios procuravam Seu Zélio para saber quais os pacientes teriam a cura e os que não teriam. Muitos, no caso, passavam por sérias e complicadas obsessões. Outros, apenas, tinham a loucura como tarefa expiatória na carne. E não havia hora para as curas. Era três ou quatro horas da manhã que a cura acontecia, ou, muitos se hospedavam, temporariamente, na casa de Zélio.
     Uma das especialidades do Caboclo das Sete Encruzilhadas era a cura dos loucos. Certa vez, o jornalista e primeiro autor umbandista de que se tem notícia, Leal de Souza, adentrou a Tenda e, como que o conhecesse há muitos anos, o Caboclo das Sete Encruzilhadas lhe apertara a mão dizendo: "Pode dizer que apertou a mão de um espírito. À minha esquerda está uma irmã que entrou aqui com tuberculose e à minha direita, um irmão vindo do hospício. Curou-os, aos dois, Nossa Senhora da Piedade. Pode ouvi-los," advertiu ele.
     Neste mesmo dia, conta-nos Leal de Souza, fora presenciado a cura de "um louco fugido do hospício", segundo relatos, obsediado por duas entidades que após serem encaminhas para seus devidos locais no astral, o homem se restabeleceu, mentalmente e espiritualmente.
     Muitos que eram curados na Tenda acabavam ficando e trabalhando com caboclos e pretos-velhos. E, além dos loucos, visitava a Tenda paralíticos que saíam andando, vítimas de magias negativas. Foram anos de trabalho, junto a espiritualidade superior, curando e devolvendo a esperança para milhares de irmãos que visitavam a Tenda do Caboclo das Sete Encruzilhadas.

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