Do escravo ou do caboclo?

       A identidade religiosa, a organização quanto a culto religioso de Umbanda quem trouxe a terra foi o Caboclo das 7 Encruzilhadas.

      No espiritismo, Kardec não havia criado a manifestação dos espíritos, mas sim uma codificação para a organização de uma ciência e que futuramente se tornaria religião, dado ao seu cunho espiritualista. O Caboclo das 7 Encruzilhadas não criou a manifestação de caboclos e pretos-velhos. Ele apenas organizou uma religião onde espíritos de ex-escravos (ou não) e índios brasileiros (ou não) pudessem se manifestar para efetuar curas através de passes, ervas, defumações, ou seja, conhecimentos milenares que trouxeram de encarnações passadas (o que, de forma alguma exclui escolas religiosas que existiram antes, com a manifestação dos mesmos).

       Umbanda é a manifestação do espírito para a prática da caridade, pautada no Evangelho de Jesus. Isso é História, é registrado, portanto verdade. Umbanda foi anunciada em solo brasileiro na qual abraça, sem preconceitos, a cultura africana e ameríndia.
       Diante da exaltação da cultura africana perante a criação da Umbanda, por que não afirmar também que os índios praticavam a Umbanda bem antes do seu verdadeiro anuncio ou até mesmo bem antes dos escravos aportarem em solo brasileiro?
       O que acontece é que a Umbanda vai trazer essas culturas para dentro de si, simbolizando a união de raças e não sua separação. Se darmos especial atenção a uma cultura em particular, estaremos excluindo as outras, o que contraria o objetivo principal da UMBANDA: o Amor entre as nações e suas diferenças.     Umbanda é religião onde qualquer um pode ser ouvido e a ninguém é negado o conhecimento. Quem disse isso não foi eu, não foi você, mas o próprio Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Lucas de Sousa, 2013