domingo, 29 de junho de 2014

A Linha Branca de Umbanda X Termos e preconceitos infundados

O esclarecimento concernente ao assunto, sobressaltando a luz da verdade para dissipação da penumbra em volta dos intelectos que se autoproclamam doutos de Umbanda e que infundados em sua formação levam suas meio-verdades ao domínio público e assim, cerceiam o povo de dúvidas e afirmações incertas.

          É do conhecimento geral, que os antagonismos naturais são inerentes ao equilíbrio natural do universo, e não haveria de ser diferente, conquanto a transliteração das palavras como as que são exemplificadas a seguir: bondade e maldade, luz e escuridão, amor e ódio, etc. Seguindo esta linha de raciocínio e de forma que eu pudesse esclarecer aos irmãos, de boa vontade, acerca de algumas leituras errôneas que fazem a respeito do título: “Linha Branca de Umbanda”, é de minha urgência, no tocante ao meu jeito de trabalho nesta religião, dar a real interpretação do mesmo, de forma contundente e sem demais delongas, objetivando a clareza e seriedade concernentes ao assunto pautado em questão.
          Afirmando a veridicidade que a Umbanda fora fundada no ano de 1908, através da manifestação do Chefe Caboclo das Sete Encruzilhadas, no qual trazia uma ordem, isto é, uma missão, que foi a edificação da doutrina semeada na Rua Floriano Peixoto, n° 30, em Neves, São Gonçalo, RJ, culminada sob o nome de Umbanda, que nas palavras do divino fundador significa: “A manifestação do Espírito, para a prática da caridade”. E como é de se notar, essa árvore frondosa e frutífera é bastante jovem, em comparação as grandes religiões e por isso, frente aos registros eletrônicos mais modernos da Terra é possível ouvir mensagens do humilde fundador da religião em áudios ou ver momentos especiais registrados em fotos, a maioria em ótimo estado de conservação.
   

      A Tenda Espírita matriz, a considerar, a TENSP (Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade), continua levantada sob os rijos alicerces da bandeira da Lei de Umbanda, ou seja, a humildade, o amor e a caridade, princípios, cristãos esses, que o Caboclo deixou aos seus fiéis, como exemplo para se construir uma Umbanda séria e fiel aos seus verdadeiros fundamentos. Porém, estamos nos afastando cada vez mais da principialidade por causa do preconceito que se dá ao Espiritismo da Linha Branca de Umbanda e Demanda, a começar por não compreender o porquê do seu nome.
          Muitos afirmam ser um termo preconceituoso, intitular a Umbanda de “Linha Branca”. A começar, intitula-se de “Linha”, pela simples consideração de que a Umbanda é um segmento do Espiritismo. Deve-se pautar, entretanto, que o Espiritismo não se auto-refere à Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec e sim a um conjunto de práticas religiosas ou não, que visam o estabelecimento da comunicação espiritual em qualquer nível, bem assim como, a formação teórica dos fenômenos espirituais que regem a humanidade desde os seus primórdios. Visto por esse ângulo, temos que o Espiritismo é a verdade aceita mais antiga do mundo. A Umbanda pode também se enquadrar como “Lei”, o que a regimentaria como prática religiosa em Templo.
          É meu dever informar também que aqui se exclui aquelas hipóteses imaginárias e infundadas que se vê por aí, afirmando que se utilizava o nome “Espírita”, com medo da repreensão da sociedade e da polícia, ou ainda que o nome “Umbanda” não era conhecido.
          Para reafirmar a veridicidade de minhas afirmações, ressalto que, quando o Sr. Zélio de Moraes, fora fundar a primeira Federação (Órgão regulamentador das Tendas), ele a intitulou de “Federação Espírita de Umbanda do Brasil”. Todavia, a Federação Kardecista embargou o nome alegando que não poderiam utilizar-se do nome Espírita. Findou-se que acabaram por mudar o nome para “União Espiritista de Umbanda do Brasil”, para que o Órgão pudesse funcionar, e que hoje está sob os cuidados da presidência do Sr. Pedro Miranda, atual Dirigente da “Tenda Espírita São Jorge”, a sexta Tenda fundada pelo Chefe Caboclo das Sete Encruzilhadas, situada no bairro de Vila Isabel, Rio de Janeiro.
          Seguindo as explicações dadas, entende-se, portanto:
          1. O porquê do Chefe Caboclo das Sete Encruzilhadas determinar o nome “Espírita” às suas Tendas;
          2. O porquê de tanto o Sr. Zélio de Moraes, e os seus se definirem como “Espíritas”;
          3. O porquê do Chefe Caboclo das Sete Encruzilhadas definir a Umbanda como prática e religião “Espírita”;
          4. O porquê a Umbanda, bem como vários outros credos serem “linhas”, isto é, segmentos do Espiritismo original dos primórdios.
    

          E como fora explicado inicialmente, algumas palavras carregam antagonismos inerentes que sê lhes caracterizam como tal. O termo “Branca” remete a sua concepção imaculada e pura, caracterizando a finalidade de elevação do ser humano a Deus e ao Cristo, nos trabalhos de caridade, assistidos pelos Guias Superiores da Umbanda, os Pretos e Caboclos.
          Para a Umbanda, decerto, não há “cor”, porém é

comandada pelas Sete Linhas Brancas do Espaço, a considerar: Oxalá, Euxoce, Ogum, Xangô, Iansã, Iemanjá e Almas. Ao utilizar a cor, estaria se referindo a um dos objetivos do trabalho da Umbanda na Terra, na qual seria a utilização da Magia Branca, por parte dos Pretos e Caboclos, para a anulação da Negra. São nomes apenas representativos, para ilustrarem o bem e o mal, pois que a escuridão nos remete ao medo, ao desconhecido, a insegurança, enquanto que a claridade traz a confiança, a luz que acendemos para dissipar as trevas que ameaçam a segurança da jornada rumo a Deus, a qual podemos considerar e confirmar que não há motivos para utilizar o nome “Branca” de forma preconceituosa, mas de forma correta e elucidativa. Bastemos estudar, interessar-nos pela verdade, velada pela ignorância ou mesmo pela vaidade. Por isso, mais uma vez, ressalto o enorme privilégio que temos de ouvir as palavras do sempre humilde fundador da religião, através dos áudios disponíveis via internet, nos apontando o caminho seguro para a prática da religião, de forma que possamos respeitar seus princípios.
          Toda a Umbanda trabalha sob a égide do Espiritismo da Linha Branca de Umbanda e Demanda, caso ocorresse o contrário, não seria Umbanda. E qualquer forma de ignorar os grandes trabalhadores do bem, os nossos Guias Superiores, Caboclos e Pretos, é admitir-se contrário às suas obras edificantes e principalmente contra as palavras do divino e bendito Chefe Caboclo das Sete Encruzilhadas: “a Umbanda é Humildade, Amor e Caridade.”

Salve a Umbanda!


Felipe Deininger; Lucas de Sousa

2014

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