terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Ode ao Peregrino dos Sete Caminhos

Que no Brasil,
Nunca se viu,
Tão bela história como essa,
E que agora conto em prosa,
Sem pressa.
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De padre caridoso,
A índio combatente,
Que vieste à Terra do Cruzeiro,
Com nobre missão,
Espalhar a luz do Cristo,
Sem titubeação,
Mas, eis que te deparaste com a afronta,
E tendo a pena à mão,
Escreveste com ponta,
E quão sábio foi teu diálogo,
Que incomodou de clero à diácono,
Hereges hipócritas da Inquisição,
Condenando-te à fogueira,
Para que de seus pecados,
Alcançasses o perdão.
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Não supunham a tua ascensão,
Como dos anjos o mais belo e adorado,
Dos sete caminhos,
O peregrino Ermitão,
De pureza coroado.
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E quando perdido na intersecção,
Te achavas,
O pranto de ti destoava,
Mas entre a placidez a tua alvorada,
Que se meus singelos olhos,
A essa cena assistisse,
As lágrimas correriam,
Destacando o céu de seus matizes.
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E eis que te surgiu em esplendor,
Coroado de espinhos em flor,
O Filho de Deus,
Fazendo dos sete caminhos como teus,
E guiando-te pela mão,
Apontou-te a direção.
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Dos sete caminhos teus,
Por ordem de Deus,
Tiraste teu santo nome,
Que aplaca a fera,
E suaviza o homem.
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Trazendo em alvo resplendor,
No peito,
O signo do amor,
E como se já não fosse suficiente,
Trazes a flecha guia,
Que o caminho aponta,
A todo crente,
Que alçado de boa vontade,
A redenção através de ti encontra.
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A Virgem Maria,
Senhora da Piedade,
É a luz que sempre te alumia,
Nas veredas incontáveis,
De tua formosa missão,
Que é levar o evangelho,
A toda nação.
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Coroado de Umbanda o diadema,
Eis que de ti veio o lema,
A Lei,
Amor, Humildade e Caridade,
Sem dúvida,
O evangelho todo,
Em uma verdade.
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Bendita estrela,
Anjo bem-aventurado,
Umbanda é tua sempre,
Pelos caminhos teus,
Através dela,
Conduz-nos a Deus.
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E que cantam os pássaros,
quando de ti,
Resplandece a alvorada?
E que nas terras do Brasil,
se brada?
Bendito e louvado sejas,
Caboclo das Sete Encruzilhadas.




Felipe Deininger Hlibka, 2015

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