segunda-feira, 13 de abril de 2015

Uma Nova Era

Quadro do Chefe Caboclo das Sete Encruzilhadas
(pintado mediunicamente)
          "Em 15 de novembro de 1908 compareceu a uma sessão da Federação Espírita em Niterói, um jovem de 17 anos pertencente a tradicional família fluminense. Chamava-se Zélio de Moraes e restabelecera-se, dias antes, de moléstia cuja origem os médicos haviam tentado, em vão, identificar. Sua recuperação inesperada causara surpresa. Nem os doutores, nem os tios, sacerdotes católicos, haviam encontrado explicação plausível. A família atendeu , então, à sugestão de um amigo que se ofereceu para acompanhar o jovem Zélio à Federação.
          O dirigente dos trabalhos, José de Souza, convidou-o a participar da Mesa. No decorrer da reunião, Zélio sentiu-se tomado por uma força estranha e ouviu sua própria voz perguntar por que não eram aceitas as mensagens dos índios e caboclos e se eram eles considerados atrasados apenas pela cor e pela classe social que declinavam.
          Seguiu-se um diálogo acalorado, no qual os dirigentes da Mesa procuravam doutrinar o espírito desconhecido que mantinha argumentação segura. Finalmente, um dos videntes pediu que a entidade se identificasse, já que lhe aparecia envolvida numa aura de luz.
          - Se querem um nome - respondeu involuntariamente Zélio - que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas porque não haverá caminhos fechados para mim. E prosseguindo, anunciou a missão que trazia: estabelecer um culto no qual os espíritos de índios e negros escravos pudessem cumprir as determinações do astral." 

Lilia Ribeiro, 1976
Jornal: Na Gira de Umbanda, nº 6

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