Viver a Umbanda não é somente sustentar a roupa branca a
lhe trazer a sensação de pureza e bem-estar. A beleza dos pés descalços, os
emocionantes pontos cantados, o envolvente aroma da defumação podem, em certo
momento, encantar o devoto, atirando aos seus olhos o véu que lhe cega para o
verdadeiro objetivo da prática umbandista.
Toda a
ritualística descrita aos leitores é de extrema importância e fundamento,
tornando-se indispensáveis para uma segura sessão de Umbanda. Todavia, ao se prostrar
perante os guias de luz, jurando devotamento e auxílio, devemos gravar no peito
o que de mais importante e urgente devemos fazer acontecer: A manifestação do
Amor e da Caridade, que a Umbanda prega e luta para conseguir levar adiante.
Ao
decidir pela roupa branca, primeiro é preciso que no coração já esteja pulsando
o desejo de amar assim como fez Nosso Senhor. Com os pés descalços, ouvindo os
pontos e sentindo o gostoso aroma da defumação, denunciará a si mesmo que os
trabalhos precisam começar, mas é urgente a firmeza no único e importante
objetivo de fazer o bem, saber escutar a dor do próximo, guardar sigilo a
respeito dos casos na condição de cambono, ser fiel ao guia com o qual trabalha,
esquecer-se de si para olhar, orar e trabalhar pelo próximo, sem esperar nada
em troca e nem mesmo ver a quem.
Todo o
trabalho dentro da Umbanda é com o objetivo de servir ao próximo, assim como
Jesus, nosso Mestre fez. Este grande servo de Deus conquistou todo seu
objetivo, mesmo passando por momentos de sofrimento e dor, como qualquer um. Assim
também é o médium da Linha Branca.
Durante
sua encarnação não só se deparará com os momentos de alegria, mas também
encontrará na caminhada a morte, a descrença, a dor, a ilusão, a separação.
Mesmo que
toda tristeza do mundo recaísse sobre o Mestre este não deixava de servir e
agradecer a Deus. Sua fé jamais se abalou. Seu Amor nunca vacilou. Assim também
deve ser o trabalho do umbandista ou fiel de qualquer religião.
O que primeiro devemos plantar em
nosso coração é o desejo ardente de servir. A semente deve ser tratada, regada,
preparada para crescer forte até a consciência a fim de que não se torne inconsciente.
Jesus diante da escuridão levou a luz. Assim deve ser o umbandista, servindo
para o bem, corrigindo a maldade.
Ao novo
fiel ou devoto, jamais esqueça que está em suas mãos a responsabilidade por
muitas vidas. O próximo clamará a você a bondade e o perdão, sirva sem reclamar
melhores condições. A dor pode ser a menor de todas, não julgue ou rotule
ninguém. O próximo clamará a você a compreensão e não o preconceito ou
recriminação. É urgente ser humilde, mas
não confunda esta com a pobreza e a estupidez. O próximo ainda clamará a você
respeito e compaixão. “Ser umbandista é
ser clemente, é ter alma de crente, sempre voltada para o bem”, assim disse o
nosso grande e iluminado Caboclo das Sete Encruzilhadas. E que assim seja feita
a vontade do Pai.
Lucas de Sousa, 2014
Salve!
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