"Se o africano nos deu os Orixás, o índio nativo legou à Umbanda os conceitos e as práticas do seu culto; do Espiritismo veio o esclarecimento doutrinário, atualizando as doutrinas milenares do Oriente, reforçando a noção da Reencarnação e da comunicação com os desencarnados. Dizemos reforçando porque esses conceitos já existiam no culto dos nativos que se comunicavam com os seus antepassados através dos pajés.
O catolicismo contribuiu, também de início, por imposição, assimilando o orixá do negro ao santo católico. Com o correr do tempo, os santos integraram-se ao culto umbandista de tal forma que ainda hoje se torna difícil dissociá-los.
A figura de Cristo, introduzida entre os africanos e índios através da palavra dos missionários acentuada por influência do Espiritismo, que tem Jesus como um Mestre, centraliza a Umbanda com a sua doutrina de fraternidade e de amor - o Evangelho.
Aos poucos, o escravo africano assimilou elementos da crença do nativo. A assimilação deu-se principalmente com o grupo Banto. Os sudaneses ou nagôs mantiveram-se fiéis às tradições. O índio, por sua vez, passou a aceitar os conceitos religiosos dos negros."
Lilia Ribeiro, 1976
Jornal: Na Gira de Umbanda, nº 6
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